Nesta quarta-feira (10), servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deram início a uma greve nacional em protesto contra a falta de acordo com o governo federal sobre reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho. A paralisação afeta tanto os funcionários que trabalham presencialmente nas agências quanto aqueles que realizam suas atividades em regime de home office.
A adesão ao movimento grevista, cujo impacto inicial ainda está sendo avaliado, tem potencial para comprometer a análise e concessão de benefícios previdenciários essenciais, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além disso, atendimentos presenciais (exceto perícia médica) e análises de recursos e revisões também devem ser afetados, conforme alertado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no estado de São Paulo (SINSSP).
A greve surge em um momento crítico, em que o governo planeja uma operação pente-fino para revisar auxílios temporários, visando economizar aproximadamente R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias. A continuidade deste programa pode ser comprometida pela paralisação dos servidores.
O SINSSP-BR, sindicato nacional da categoria, reportou uma significativa adesão dos servidores em vários estados do Brasil. Entre as principais reivindicações que motivaram a greve estão:
Reajuste Salarial: Os servidores exigem um aumento que compense as perdas inflacionárias e valorize a carreira do seguro social.
- Condições de Trabalho: Melhorias significativas nas condições de trabalho, incluindo infraestrutura adequada nas agências e equipamentos tecnológicos suficientes para atender à demanda crescente.
- Nível Superior para Técnicos: Propõem que o requisito de nível superior seja estabelecido para ingresso no cargo de técnico do seguro social, argumentando a complexidade das tarefas desempenhadas e a necessidade de reconhecimento da qualificação dos profissionais.
- Investimento em Tecnologia: Modernização dos sistemas e plataformas digitais para agilizar os processos de atendimento e análise de benefícios, garantindo maior eficiência operacional.
O Ministério da Saúde, em resposta ao ofício da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) sobre a paralisação, afirmou que, até o momento, não houve impacto significativo nas atividades do INSS. Ressaltou ainda que mais de 100 serviços podem ser acessados pelo aplicativo Meu INSS e pela Central de Atendimento 135, disponíveis para cidadãos que precisem realizar requerimentos, cumprir exigências ou solicitar auxílio-doença, entre outros serviços.
A greve dos servidores do INSS continua sem previsão de término, enquanto aguardam novas negociações com o governo para alcançar um acordo que atenda às demandas da categoria e assegure melhores condições de trabalho e remuneração adequada.