O humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, teve seu sigilo bancário quebrado e as investigações revelaram que sua alegada doação de R$ 1 milhão para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul não passou de uma farsa. Nego Di, que está preso desde o último domingo, 14, é investigado por estelionato, lavagem de dinheiro, fraude tributária e rifa eletrônica.
Em abril, quando fortes chuvas causaram enchentes em várias cidades do estado, Nego Di divulgou nas redes sociais que havia doado R$ 1 milhão para uma vaquinha destinada a ajudar as vítimas. “Galera, gostaria de compartilhar com vocês uma decisão que a gente tomou aqui em casa hoje, minha patroa e eu. Decidi doar R$ 1 milhão para o Rio Grande do Sul. Mandei R$ 1 milhão para a vaquinha do meu parceiro Badin [Colono], que já estava em R$ 50 milhões – eu sou um destes R$ 51 milhões”, afirmou ele nos Stories do Instagram.
No entanto, os documentos obtidos após a quebra de sigilo bancário mostram que Nego Di fez um pix de apenas R$ 100 na mesma data em que alegava ter feito a doação milionária. A Band do Rio Grande do Sul confirmou a inconsistência nas declarações do humorista.
O Ministério Público ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, aguardando a análise completa dos documentos coletados durante o mandado de busca e apreensão realizado nas residências de Nego Di. O site Vakinha, para o qual Nego Di alegava ter feito a doação, não pode comentar o caso devido à Lei Geral de Proteção de Dados.
Além das acusações relacionadas à doação falsa, Nego Di enfrenta investigações por lesar ao menos 370 pessoas através de uma loja virtual que ele possuía. O humorista vendia eletrodomésticos que nunca foram entregues aos clientes, totalizando um golpe de aproximadamente R$ 5 milhões. Seu sócio, Anderson Boneti, permanece foragido; ele já havia sido preso na Paraíba em 2022 pelo mesmo crime.