PRESIDENTE DO MÉXICO REBATE TRUMP E SUGERE RENOMEAR AMÉRICA DO NORTE COMO “AMÉRICA MEXICANA”

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, rebateu de forma irônica as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu renomear o Golfo do México para “Golfo da América”. Em uma coletiva de imprensa na última quarta-feira (8), Sheinbaum apresentou um mapa histórico de 1607, onde a região era denominada “América Mexicana”, e propôs sarcasticamente que o continente fosse rebatizado dessa forma.

“Por que não chamamos a América do Norte da América Mexicana? Isso é tão bonito, não é verdade?”, disse Sheinbaum, provocando risos entre os presentes. O presidente destacou que o nome “Golfo do México” é reconhecido internacionalmente há séculos e reafirmou a importância da preservação do respeito histórico e cultural entre as nações.

A liderança de Claudia Sheinbaum
Claudia Sheinbaum, a primeira mulher a ocupar a presidência do México, é uma figura proeminente no cenário político do país. Cientista e ex-prefeita da Cidade do México, Sheinbaum é reconhecido por sua abordagem progressista e por priorizar políticas de sustentabilidade, igualdade de gênero e fortalecimento das instituições democráticas mexicanas. Sob sua liderança, o México tem buscado se posicionar de forma mais assertiva em questões regionais e internacionais.

Tensões diplomáticas
As declarações de Trump foram feitas durante uma coletiva de imprensa na terça-feira (7), a menos de duas semanas de seu mandato como presidente dos Estados Unidos. Entre outras medidas polêmicas, Trump afirmou que pretende renomear o Golfo do México, classificar cartéis mexicanos como organizações terroristas e intensificar o controle sobre a imigração. Ele ainda acusou o governo mexicano de estar “nas mãos de grupos criminosos”.

Sheinbaum reagiu veementemente às acusações, classificando-as como desinformadas e ofensivas. “Esses comentários demonstram desconhecimento sobre o México e suas instituições democráticas. O nosso país é muito mais do que as caricaturas criadas por outros”, afirmou.

Histórico de atritos
A relação entre os dois países tem sido marcada por tensão desde o primeiro mandato de Trump, quando medidas como a construção do muro na fronteira e políticas anti-imigração impactaram diretamente o México. A nova investida do republicano ocorre em meio a um contexto de polarização política e diplomática, reacendendo o debate sobre a soberania e a cooperação entre as nações da América do Norte.

Reações internacionais
As declarações de Trump e a resposta de Sheinbaum ganharam destaque internacional, provocando debates sobre os limites do discurso político e a importância de cumprimento de acordos históricos. Enquanto os aliados de Trump nos Estados Unidos defendem suas posições como uma estratégia para fortalecer a soberania americana, os críticos argumentam que a retórica é desrespeitosa e pode prejudicar as relações diplomáticas.

O clima entre os dois países promete continuar tenso nas semanas que antecedem a posse de Trump, com possíveis implicações para o futuro da cooperação regional. Os especialistas apontam que o tom provocativo de ambos os líderes poderá dificultar o diálogo em questões fundamentais, como comércio e segurança na fronteira.

Claudia Sheinbaum, recém-eleita Presidente do México Raquel - Cunha/Reuters