A Polícia Federal (PF) e a Marinha deram início neste domingo (14) a uma complexa operação de resgate após o achado de um barco à deriva com corpos em estado de decomposição em Bragança, no Pará, a 215 km de Belém. A embarcação, que tem 15 metros de comprimento por 2 metros de largura, foi descoberta no sábado (13) por pescadores na Baía do Maraú.
Além da PF e da Marinha, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil do Estado estão envolvidos na operação. As condições climáticas adversas e as marés tornam o resgate desafiador, estimando-se que possa se estender ao longo do dia.
Há suspeitas de que as vítimas sejam cidadãos estrangeiros em uma tentativa de imigração clandestina pelo mar. Inicialmente, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou que seriam 20 corpos, mas posteriormente corrigiu a informação devido à falta de confirmação do número exato.
Os pescadores que encontraram o barco relataram que os corpos estavam em avançado estado de decomposição. A embarcação estava encalhada em um banco de areia a cerca de 20 quilômetros de Tamatateua, e está programada para ser removida para este local, podendo haver mudanças dependendo das condições das marés.
A PF mobilizou uma equipe com peritos e papiloscopistas para tentar identificar os corpos, utilizando protocolos semelhantes aos empregados após o desastre de Brumadinho em 2019. A Marinha, por sua vez, despachou uma equipe de inspetores navais da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental para investigar o incidente e abrir um Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN).
O MPF anunciou a abertura de duas investigações para apurar o caso: uma na área criminal, visando identificar eventuais crimes cometidos e responsabilizar os autores, e outra na área cível, que será conduzida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, voltada para a defesa dos direitos humanos e questões de interesse público.