LÍDER DO HAMAS ISMAIL HANIYEH É ASSASSINADO NO IRÃ; ISRAEL ENFRENTA AMEAÇAS DE RETALIAÇÃO

Ismail Haniyeh, líder do Hamas, foi assassinado na manhã desta quarta-feira (31) no Irã em um ataque a míssil, atribuído tanto pelo governo iraniano quanto pelo grupo militante palestino a Israel. O assassinato ocorreu horas após Haniyeh ter participado da cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

O ataque foi confirmado pela Guarda Revolucionária do Irã, que descreveu Haniyeh como uma vítima de um “ato terrorista”. O governo iraniano e o Hamas alegam que o ataque foi realizado por Israel, embora as autoridades israelenses ainda não tenham feito comentários sobre o incidente.

O assassinato de Haniyeh ocorre em um contexto de alta tensão entre Israel e o Hamas, especialmente após um ataque do grupo militante em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.200 pessoas e na captura de 251 reféns. Haniyeh já havia sofrido perdas familiares em um ataque em Gaza em abril.

Segundo o jornal The Times of Israel, o assassinato de Haniyeh é o segundo ataque de alto perfil atribuído a Israel em questão de horas, após um ataque aéreo em Beirute que matou o principal líder militar do Hezbollah.

O Hamas reagiu com veemência, prometendo que o assassinato de Haniyeh “levará a batalha a novas dimensões e terá grandes repercussões”. O grupo afirmou que as ações de Israel vão “intensificar a luta e a resistência”. O Hezbollah também condenou o ataque e declarou que o assassinato de Haniyeh fortalecerá a determinação dos combatentes libaneses em enfrentar o “inimigo sionista”. O grupo descreveu Haniyeh como um “comandante martirizado” que se opôs ao “projeto de hegemonia americana e à ocupação sionista”.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que Israel “forneceu as bases para uma punição severa” e que é dever de Teerã vingar a morte de Haniyeh. Ele condenou a ação israelense como uma violação das normas internacionais e princípios humanos, destacando que o assassinato de um “convidado diplomático” da República Islâmica no território iraniano é uma evidência da natureza terrorista do regime israelense. O governo iraniano declarou um dia de luto nacional e emitiu um comunicado oficial denunciando o ataque como um agravamento das ações do “regime sionista criminoso e usurpador”.

A situação na região continua a se deteriorar com as promessas de retaliação de Teerã e do Hezbollah, aumentando o risco de uma escalada no conflito. As forças iranianas já haviam realizado ataques diretos contra Israel no início da guerra de Gaza, e as ameaças recentes prometem intensificar ainda mais o confronto.

(Com Reuters)

Líder do Hamas Ismail Haniyeh em Teerã 26/3/2024 - Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) - Via REUTERS