Pressão Interna e Desempenho em Debate Impulsionam Decisão do Presidente
Em uma reviravolta política significativa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não concorrerá à reeleição. A decisão vem após uma série de pressões internas do Partido Democrata e de parte do eleitorado, especialmente após um desempenho considerado fraco no primeiro debate presidencial contra Donald Trump, no final de junho.
Biden, que enfrentava críticas sobre sua idade e aptidão para mais um mandato, usou a plataforma X (antigo Twitter) para comunicar sua decisão: “Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”.
Campanha Sob Pressão
Desde o final de junho, Biden vinha enfrentando crescente pressão para abandonar a corrida eleitoral. O debate contra Trump destacou suas fragilidades, com Biden apresentando voz rouca, atribuída a um resfriado, e hesitações em diversos momentos. Por outro lado, Trump apresentou-se de forma assertiva, mesmo despejando uma série de mentiras.
A capacidade cognitiva e física de Biden foi questionada, o que alimentou a crise dentro do Partido Democrata. Diversas figuras importantes do partido, incluindo o ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara, Nancy Pelosi, expressaram suas preocupações sobre as chances de reeleição de Biden. Segundo a “CNN”, Pelosi teria dito a Biden que ele não venceria, enquanto Obama manifestou a pessoas próximas seu receio quanto à candidatura.
Reflexão e Isolamento
A decisão de Biden foi tomada enquanto ele estava em isolamento em sua casa em Delaware, após ser diagnosticado com Covid-19 na última quarta-feira (17). Durante este período, a pressão para que ele reconsiderasse sua candidatura aumentou.
Futuro do Partido Democrata
O Partido Democrata ainda não anunciou oficialmente quem será o novo candidato para enfrentar Donald Trump nas eleições de 5 de novembro. A vice-presidente Kamala Harris surge como uma das principais candidatas para substituir Biden na disputa pela Casa Branca.
O Impacto do Debate de Junho
O debate de junho foi considerado o “início do fim” para Biden. A imprensa norte-americana destacou o estado de pânico entre os democratas após a performance do presidente. Diversos veículos, como “The New York Times” e “The Wall Street Journal”, publicaram editoriais pedindo para que Biden desistisse da candidatura.
Comunicado de Joe Biden
No comunicado oficial, Biden destacou os avanços econômicos e tecnológicos de sua administração e expressou gratidão ao povo americano: “Hoje, a América possui a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos em nossa saúde pública e, em três anos e meio, progredimos muito como nação”. Biden reafirmou seu compromisso em servir o país até o final de seu mandato, em janeiro de 2025.
Próximos Passos
A Convenção Nacional Democrata, que oficializará o candidato do partido, ocorrerá entre 19 e 22 de agosto. Até lá, o Partido Democrata enfrenta o desafio de consolidar um novo nome que possa unificar a base e enfrentar o desafio de vencer Donald Trump nas eleições gerais.
Comunicado na Íntegra
“Meus companheiros americanos,
Hoje, a América possui a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos em nossa saúde pública e, em três anos e meio, progredimos muito como nação. Durante os últimos três anos e meio de minha administração, modernizamos nossa infraestrutura como nunca antes. Também lideramos uma incrível revolução em serviços e tecnologia. Um milhão de carros elétricos estão sendo vendidos anualmente para famílias americanas. No ano passado, admitimos o Vietnã para liderar a América na dominação da região do Pacífico, juntamente com o Japão. Para solidificar esses esforços, gostaria de agradecer a todos vocês. O povo americano tem sido fundamental para o nosso sucesso nos últimos anos. Quero reafirmar que vencemos porque buscamos metas essenciais para fortalecer nosso futuro coletivo: serviço aos outros, sacrifício pelos outros e amor mútuo. Faz uma semana desde que retornei de minha bem-sucedida visita ao Primeiro-Ministro Johnson. Honramos minha promessa de servir como enviado do seu Presidente desde minha posse, há três anos. No exterior, em nome de nossa nação, cumpri as promessas de ajuda econômica enquanto desenvolvemos uma economia ainda maior aqui em casa.
Gostaria de aprofundar esse momento muito gratificante antes de prosseguir. Muitos mais virão até mim em busca de conselhos ou apenas para conversar sobre como estão se saindo.
Por enquanto, expresso minha mais profunda gratidão a todos os que trabalharam tão duro para me reeleger, desde aqueles que desejam apenas o bem em todos os detalhes, grandes ou modestos.
Aguardo muitos mais sucessos, fazendo história como um parceiro extraordinário em todas as coisas de grande escala que tocam fundamentalmente as pessoas em qualquer horizonte que ainda esteja à nossa frente.
Juntos, devemos lembrar: não há nada que a América não possa fazer.”