Na última semana do prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as plataformas se ajustassem às novas regras de propaganda política na internet, a rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) decidiu proibir anúncios com teor político em sua plataforma no Brasil. Essa mudança segue a mesma restrição anunciada pelo Google, responsável por plataformas como YouTube e Gmail, que entrou em vigor no início deste mês.
A atualização das regras da rede social de Elon Musk foi realizada de forma discreta, sem alarde, com a exclusão do Brasil da lista de países onde esse tipo de publicidade é permitida. Até então, o maior país da América do Sul estava incluído na lista de nações onde os anúncios políticos eram autorizados.
A definição de anúncios com conteúdo político abrange qualquer menção a candidatos, partidos, eleições, medidas eleitorais e temas relacionados. Campanhas que solicitam votos ou apoio financeiro para candidaturas, bem como aquelas que expressam apoio ou oposição a políticos ou partidos, já eram proibidas na rede social.
A decisão do X de suspender as campanhas políticas na plataforma não foi acompanhada de justificativas. O proprietário da rede social, Elon Musk, conhecido por suas polêmicas, recentemente entrou em conflito público com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
O TSE aprovou uma resolução em fevereiro exigindo que as plataformas aprimorassem suas capacidades tecnológicas e operacionais para monitorar as campanhas publicitárias pagas por políticos. O Google, por sua vez, optou por abrir mão dos lucros provenientes da publicidade política devido à inviabilidade de moderar tantos anúncios em uma eleição que abrange mais de 5.000 municípios. A amplitude do conceito de conteúdo político-eleitoral definido pela Justiça Eleitoral poderia gerar insegurança na moderação.