DONALD TRUMP DECLARA EMERGÊNCIA NA FRONTEIRA E PROMETE RETOMAR TERRITÓRIOS EM DISCURSO DE POSSE

Donald Trump assumiu oficialmente a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), após vencer com folga a eleição de 2024. Em seu primeiro discurso como o 47º presidente, o republicano prometeu inaugurar uma “era de ouro” para o país, marcadamente por expansão territorial, medidas protecionistas e combate rigoroso à imigração ilegal. “A era do ouro dos Estados Unidos começa agora. Nossa soberania será restaurada, e nossa prioridade será criar uma nação próspera e livre”, declarou Trump no Capitólio.

Promessas de expansão e medidas anti-imigração
Trump iniciou seu discurso confirmando que sua primeira ordem executiva declarará emergência na fronteira com o México, permitindo o envio de militares e a construção de barreiras para impedir uma imigração ilegal. Ele também afirmou que todos que entrarem ilegalmente no país serão deportados e que cartéis mexicanos serão classificados como organizações terroristas.

Em uma declaração controversa, o novo presidente disse que os Estados Unidos voltarão a ser uma nação “que expande seu território” e anunciou a intenção de “retomar o controle” do Canal do Panamá. Ele também defendeu mudanças simbólicas, como renomear o Golfo do México para “Golfo da América”.

Política energética e exploração espacial
No campo econômico, Trump iniciou políticas de administração anterior, prometendo garantir subsídios para a produção de carros elétricos e priorizar a exploração de petróleo e gás natural como fontes de energia. Ele também anunciou planos para aumentar os investimentos em exploração espacial, com a ambição de levar astronautas americanos a Marte e financiar a bandeira dos EUA no planeta.

Medidas sociais e culturais
O discurso também trouxe promessas que reforçam o alinhamento de Trump com valores conservadores. Ele afirmou que os Estados Unidos serão uma nação “com dois gêneros: feminino e masculino” e se comprometerão a reintegrar servidores públicos demitidos por não apresentarem comprovantes de vacinação contra a Covid-19. Trump também destacou a necessidade de “restaurar a liberdade de expressão” e garantiu que “nunca mais o poder do Estado será usado para perseguir opositores políticos”.

Presença de aliados ultraconservadores
A cerimônia de posse, realizada em um espaço fechado no Capitólio devido ao frio, foi marcada por um rompimento de protocolos. Trump recebeu diretamente aliados internacionais como Javier Milei (Argentina), Giorgia Meloni (Itália) e Viktor Orbán (Hungria), além de líderes de partidos ultraconservadores europeus, como Santiago Abascal (VOX, Espanha) e Nigel Farage (Reino Unido). Magnatas do Vale do Silício, como Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon) e Mark Zuckerberg (Meta), também estiveram presentes.

Por outro lado, líderes como Vladimir Putin (Rússia) e Kim Jong-un (Coreia do Norte) não foram convidados. O presidente Lula (Brasil) também não recebeu convite para a conferência de imprensa, sendo representado pela embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti.

Primeiros passos do novo governo
Ainda nesta segunda-feira, Trump deverá apresentar propostas de ordens operacionais que darão início ao seu governo. Entre as medidas esperadas estão decretos anti-imigração, que podem impactar os brasileiros na situação irregular nos Estados Unidos, além de ações tributárias desenvolvidas a grandes empresários, especialmente do setor tecnológico.

Especialistas apontam que Trump busque criar uma “cortina de fumaça” ao focar em medidas de alto impacto social, enquanto avança com políticas econômicas direcionadas a interesses empresariais.

Retorno ao poder
Com processos judiciais resolvidos e sem a tutela de líderes republicanos de sua primeira gestão, Trump retorna à Casa Branca ao lado da esposa, Melania Trump, e dos magnatas que compõem seu governo. O republicano, que venceu as eleições de novembro de 2024, promete um governo independente e focado em sua visão de ameaças nacionais.

Ao final de seu discurso, de aproximadamente 30 minutos, Trump reafirmou sua mensagem de otimismo e autossuficiência: “Nada vai entrar no nosso caminho, porque nós somos americanos”, declarou, sob aplausos liberados de seus apoiadores.

O novo mandato de Trump promete ser tão controverso e polarizador quanto ao primeiro, com medidas que já começaram a moldar o cenário político e social dos Estados Unidos.

Foto oficial de Trump como 47º presidente dos Estados Unidos. — Foto: Divulgação