CRIPTOESCÂNDALO: SCARPA DESABAFAR APÓS DECISÃO FAVORÁVEL A MAYKE NA JUSTIÇA

A polêmica envolveu jogadores de futebol, investimentos em criptomoedas e suspeitas de pirâmide financeira que ganharam novos desdobramentos nesta semana. O meia Gustavo Scarpa , atualmente no Atlético-MG, usou as redes sociais na segunda-feira (20) para desabafar sobre o caso, após a Justiça conceder ganho de causa parcial ao lateral Mayke , do Palmeiras, em um processo contra o atacante Willian Bigode .

Scarpa escreveu: “Uma coisa que me deixa decepcionado demais é ver pilantra usando o nome de Deus para justificar as suas pilantragens. Seja homem e assuma suas responsabilidades. Seja homem e assuma seus BOs Ótimo 2025 para nós!”

Essa não foi a primeira vez que Scarpa criticou o caso publicamente. Ele já havia comentado sobre o prejuízo milionário de R$ 6,3 milhões , resultado de um investimento feito em criptomoedas por meio de uma indicação de Willian Bigode.

O caso
A disputa judicial envolveu os jogadores Scarpa e Mayke , que investiram aproximadamente R$ 10,4 milhões na empresa Xland Holding Ltda , indicada por Willian, dono da WLJC Gestão Financeira . Os valores deveriam ter sido resgatados em 2022, mas os jogadores alegam que não conseguiram sacar o investimento.

No boletim de ocorrência, Scarpa relatou ter investido R$ 6,3 milhões , enquanto Mayke afirmou ter aportado R$ 4,5 milhões . Ambos acionaram a Justiça para recuperar os valores, alegando que foram enganados por promessas de retorno de 3,5% a 5% ao mês , percentuais muito acima dos praticados pelo mercado financeiro.

Decisão no processo de Mayke
Na última segunda-feira (20), o juiz Christopher Alexander Roisin , do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que Mayke tivesse direito a recuperar R$ 4.583.789,31 , corrigidos monetariamente. A participação pelos lucros prometidos, no entanto, foi negada, e o contrato foi declarado nulo devido a compromissos de fraude e pirâmide financeira.

A decisão judicial também destacou que o contrato continha garantias pouco plausíveis, como 20 kg de alexandrita , uma pedra preciosa avaliada em R$ 2,5 bilhões , mas adquirida por apenas R$ 6 mil pela empresa. Especialistas apontaram o valor como irreal, reforçando as suspeitas de fraude.

Defesa de Willian Bigode
Willian Bigode, representado pelo advogado Bruno Santana , também se declara vítima no caso. Ele alega que perdeu cerca de R$ 17,5 milhões no investimento e afirma que nunca recebeu comissões ou benefícios pela indicação da Xland aos colegas.

O advogado criticou a decisão judicial, afirmando que houve um “violento atentado à dignidade da advocacia”. A investigação informou que irá recorrer à sentença e que confia na reversão da decisão nas instâncias superiores.

Histórico do caso
Em 2022, horas após o Palmeiras conquistar o título brasileiro, Scarpa e Mayke registraram boletins de ocorrência contra a Xland e a WLJC, acusando as empresas de fraude e descumprimento contratual. Em áudio revelado pelo Fantástico em 2023, Willian Bigode sugeriu aos colegas que “restava apenas orar”.

Scarpa respondeu com ironia: “Estou precisando orar mais. Na verdade!”

Os contratos firmados pelos atletas com a Xlândia incluíam promessas de retornos elevados e garantias pouco comuns, como chácaras e terrenos. Gabriel Nascimento, um dos donos da Xlândia, argumentou que a empresa possuía ativos que superavam R$ 2 bilhões , mas as investigações apontaram inconsistências nesses valores.

Desdobramentos
A Justiça segue investigando o caso como pirâmide financeira. Enquanto Scarpa e Mayke continuam tentando recuperar os valores investidos, Willian Bigode afirma que também foi prejudicado e que lutará para provar sua inocência.

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