Brasil pode ingressar em um ciclo econômico promissor, afirma Presidente do Santander, Ana Botín

Madri, Espanha — Em uma avaliação otimista para a América Latina e, em particular, para o Brasil, a presidente do conselho do Grupo Santander, Ana Botín, afirmou que a região está em melhor situação do que o resto do mundo e que o país pode estar à beira de um ciclo virtuoso não experimentado em anos.

Segundo Ana Botín, “no Brasil, a redução do custo da dívida interna vai auxiliar nas contas fiscais. Podemos vislumbrar um cenário em que o Brasil entre em um ciclo virtuoso, algo que não vemos há anos, com uma moeda sólida, taxas de juros baixas e espaço fiscal para simplificar o sistema tributário e aumentar os investimentos”.

A presidente do conselho destacou que o Banco Central brasileiro foi um dos primeiros a aumentar as taxas de juros e já começou a trajetória de redução, o que pode beneficiar as contas públicas.

Quando questionada pela EXAME sobre a possibilidade de interrupção do ciclo de redução de juros após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar que pode abandonar a meta de zerar o déficit em 2024, Ana demonstrou otimismo novamente.

“O Brasil está projetado para crescer 3%. O mais importante é que voltemos a crescer. As contas fiscais vão se equilibrar se conseguirmos crescer e houver receitas. O Brasil possui instituições sólidas, não apenas o Banco Central, mas também estruturas políticas com muitos mecanismos de controle, como o Congresso. É um país que quase sempre consegue alcançar consensos”, afirmou.

Ana também ressaltou que o Brasil possui inflação controlada, uma matriz energética limpa, considerada uma vantagem competitiva, e implementou reformas digitais, como o Pix, que podem impulsionar a produtividade. “Nossa perspectiva é muito positiva em relação ao Brasil”, concluiu.
 

Fonte: *O repórter viajou a convite do Santander