O Brasil deseja a reintegração da Venezuela ao Mercosul, porém, acrescentou que o assunto não será discutido durante a próxima cúpula do grupo, marcada para a semana seguinte. Informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (29).
A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan, divulgou a informação durante uma coletiva de imprensa sobre a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula.
A Venezuela foi suspensa do Mercosul em 2017 devido ao descumprimento de obrigações previstas no acordo. No entanto, o Brasil está retomando o diálogo com o país vizinho, que estava interrompido há vários anos, acarretando custos como a falta de assistência consular, conforme destacou a diplomata.
Embora o assunto não esteja previsto na agenda da próxima cúpula, a secretária ressaltou que em algum momento será necessário debater a reintegração da Venezuela ao Mercosul, já que faz parte da pauta de diálogo retomado com o país. A intenção é que a Venezuela seja reintegrada ao bloco sul-americano.
As relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela deterioraram-se nos últimos anos, principalmente durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). No entanto, desde a posse de Lula, houve uma mudança nas relações e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi recebido em Brasília com honras de chefe de Estado. Na ocasião, Lula foi criticado por sua declaração de que “narrativas” tentam afirmar que a Venezuela está sob ditadura.
Enquanto Bolsonaro, que era crítico do regime Maduro, não reconhecia-o como presidente, mas sim o autoproclamado presidente Juan Guaidó, Lula tem buscado retomar as relações entre os países. Ele enviou seu assessor e ex-chanceler, Celso Amorim, a Caracas para se reunir com Maduro, além de enviar uma missão para reabrir a embaixada brasileira na capital venezuelana.
No Palácio do Planalto, Lula recebeu Manuel Vicente Vadell Aquino, indicado por Maduro como embaixador da Venezuela no Brasil, demonstrando a busca pela normalização das relações bilaterais.