Em uma declaração contundente divulgada nesta sexta-feira (3), a Rússia lançou um alerta à Ucrânia, prometendo uma “vingança devastadora” em caso de ataque à Península da Crimeia ou à Ponte da Crimeia, que conecta o sul da Rússia à região da península do Mar Negro. A tensão entre os dois países tem crescido nos últimos dias, com a Rússia alegando planos de agressão por parte de Kiev.
A preocupação da Rússia é baseada em suspeitas de que a Ucrânia, recentemente equipada com sistemas de mísseis guiados de longo alcance pelos Estados Unidos, esteja planejando um ataque à ponte, possivelmente antes ou no dia 9 de maio, data em que a Rússia celebra a vitória na Segunda Guerra Mundial.
Desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, a região tem sido objeto de disputa entre os dois países. Enquanto Moscou defende a legitimidade da construção da ponte, Kiev argumenta que ela foi erguida ilegalmente em território ucraniano e expressa o desejo de recuperar a Crimeia.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, destacou declarações e postagens em redes sociais de autoridades ucranianas e de países da União Europeia, sugerindo que a ponte é um alvo potencial de Kiev. Ela citou um recente post do embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, que incluía uma lista de pontes, com uma delas, rotulada como “Kerch” – cidade na Crimeia -, deixada em branco, insinuando sua destruição.
“A ponte da Crimeia está mais uma vez na mira”, disse Zakharova, alertando que qualquer ação agressiva contra a Crimeia enfrentará uma resposta implacável.
As tensões entre a Rússia e a Ucrânia se intensificaram ainda mais com comentários recentes do secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, que afirmou que a Ucrânia tem o direito de usar armas fornecidas pelo Reino Unido para atingir alvos dentro da Rússia.
O impasse em torno da Crimeia, com sua história controversa de soberania, continua sendo um ponto de conflito entre os dois países, com Moscou alegando que a decisão de transferir a região para a Ucrânia em 1954 foi um erro.