CHINA REFORMULA SUAS FORÇAS ARMADAS PARA ENCARAR DESAFIOS FUTUROS

Nova estrutura militar chinesa foca em tecnologia e preparação estratégica

Na esteira das crescentes tensões geopolíticas e tecnológicas, a China realizou uma reformulação significativa em suas Forças Armadas, liderada pelo presidente Xi Jinping. Esta mudança, a maior em quase uma década, visa aprimorar a capacidade do país de enfrentar conflitos modernos e emergentes.

Na semana passada, Xi Jinping anunciou o desmantelamento da Força de Apoio Estratégico (SSF), uma iniciativa implementada em 2015 para supervisionar operações militares como guerra espacial, cibernética, eletrônica e psicológica. Em seu lugar, foi estabelecida a Força de Apoio à Informação, concebida como um novo braço estratégico para facilitar o desenvolvimento e a aplicação de sistemas de informação em rede.

Essa reestruturação reflete o compromisso da China com a modernização e a preparação para o que Xi Jinping descreve como a “guerra inteligente” do futuro. Além disso, a reforma pretende consolidar o controle direto de Xi sobre as capacidades estratégicas das Forças Armadas chinesas.

A nova estrutura militar agora compreende quatro forças principais – exército, marinha, força aérea e força de foguetes – além de três novas unidades desmembradas da antiga SSF e a Força Conjunta de Apoio Logístico.

Especialistas observam que essa mudança não apenas aumenta o controle de Xi, mas também visa melhorar a coordenação e a eficácia das operações militares chinesas. A dissolução da SSF foi interpretada como uma resposta às limitações percebidas em sua capacidade de supervisionar adequadamente funções estratégicas vitais.

No entanto, a reforma também levanta questões sobre a transparência e o controle do presidente chinês sobre as operações militares. Incidentes anteriores, como o abate de um balão de vigilância chinês pelos Estados Unidos, ressaltaram a importância de uma supervisão eficaz das atividades militares.

Embora o impacto do novo arranjo nas relações sino-americanas permaneça incerto, observadores sugerem que a reestruturação reflete o compromisso da China em enfrentar desafios futuros e manter uma postura estratégica robusta no cenário global.

O líder chinês Xi Jinping supervisiona a inauguração da Força de Apoio à Informação do Exército de Libertação Popular em uma cerimônia em Pequim em 19 de abril de 2024 / Reprodução: Xinhua