Agentes da Polícia Federal desvendam um esquema surpreendente envolvendo policiais civis do Rio de Janeiro. Além do roubo de armas, a operação também expõe práticas de extorsão e tráfico de drogas.
A Operação Drake, conduzida pela Polícia Federal, lançou luz sobre um intricado esquema criminoso perpetrado por policiais civis cariocas. De acordo com o relatório de inteligência obtido pela Folha, os agentes teriam se apropriado de fuzis pertencentes a uma facção criminosa para posteriormente negociá-los com um grupo rival.
Essa descoberta é um desdobramento da operação, que visa desmantelar a atuação de policiais civis na extorsão de traficantes em troca da liberação de carregamentos de drogas. Uma fonte do setor de inteligência foi crucial para fornecer informações cruciais sobre a participação dos policiais nesses crimes, que incluem extorsão e tráfico de armas e drogas apreendidas.
A Polícia Civil, ao ser procurada para comentar o caso, afirmou que a Corregedoria abriu uma investigação interna e que a corporação está acompanhando a apuração da PF.
Segundo o relatório da PF, a equipe de policiais civis teria exigido a quantia de R$ 500 mil para libertar um criminoso vinculado ao Comando Vermelho, que havia sido detido. Como os valores não foram pagos integralmente, os agentes teriam executado uma ação em um local onde os criminosos mantinham armas, apreendendo 31 fuzis pertencentes à facção.
Juan Felipe Alves da Silva, um dos policiais supostamente envolvidos nessa operação, já estava sendo investigado na operação Drake por seu suposto papel na extorsão de criminosos para a liberação de uma carga de maconha apreendida.
O relatório da PF também destaca que, após a requisição dos R$ 500 mil, os criminosos teriam inicialmente pago uma parcela de R$ 100 mil. Como o restante da dívida não foi quitado, os policiais resolveram retaliar os criminosos, apreendendo os fuzis. Posteriormente, a equipe policial teria vendido as armas e a droga a uma facção rival chamada Terceiro Comando Puro (TCP).
Além disso, o relatório aponta que os policiais negociaram os 29 fuzis com o TCP, registrando uma ocorrência sobre a apreensão dos outros 2, que completavam os 31 roubados pelos policiais do Comando Vermelho.