Ex-diretora das Lojas Americanas foi alvo de polêmica após transferir participações em empresa, cujo patrimônio é estimado em R$ 13 milhões, para o próprio filho. De acordo com informações da Folha de São Paulo, essa movimentação ocorreu em 23 de dezembro de 2022, pouco menos de um mês antes do anúncio do escândalo financeiro que abalou a companhia.
Anna Christina Ramos Saicali, que ocupava uma das posições na diretoria estatutária, foi afastada juntamente com outros diretores, após o então diretor-presidente das Americanas, Sergio Rial, revelar “inconsistências contábeis” no valor aproximado de R$ 20 bilhões em 11 de janeiro deste ano.
A transferência dos bens para o filho gerou questionamentos e especulações sobre suas motivações, especialmente considerando o momento próximo à divulgação das irregularidades contábeis na empresa. No entanto, a defesa de Saicali negou qualquer intenção de proteger seu patrimônio de eventuais medidas resultantes das investigações, como a penhora de bens.
De acordo com o advogado de Saicali, Antenor Madruga, a cessão dos bens para o filho foi parte de um planejamento sucessório motivado por questões de saúde. Alega-se que a decisão não teve relação direta com o escândalo contábil e que estava previamente planejada.
Enquanto as investigações sobre as inconsistências financeiras nas Lojas Americanas prosseguem, o episódio envolvendo a transferência de bens da ex-diretora acrescenta mais um elemento ao já complexo cenário que envolve a companhia. A polêmica suscita debates sobre a transparência nas ações dos executivos e o impacto que tais decisões podem ter na reputação das empresas e na confiança do mercado. As autoridades competentes seguem atentas ao caso, buscando esclarecer os fatos e assegurar a responsabilização de eventuais irregularidades.