A Argentina deu mais um passo em direção a uma maior aproximação com a China nesta semana, ao permitir que bancos locais abram contas em yuan, a moeda chinesa. A decisão foi confirmada pelo Banco Central argentino em um comunicado publicado na quinta-feira (29/6).
Essa medida tem como objetivo solucionar a escassez de reservas em dólar enfrentada pelo país e incentivar empresas argentinas a realizar transações comerciais com a China diretamente na moeda chinesa. Anteriormente, a Comissão Nacional de Valores (CNV) já havia autorizado a emissão de títulos no mercado local liquidados em yuan.
A Argentina tem buscado uma aproximação com a China nos últimos anos, especialmente diante da deterioração de sua economia e da renegociação de uma dívida de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país sul-americano também se tornou um dos participantes da “Nova Rota da Seda”, iniciativa que envolve investimentos e projetos de engenharia patrocinados pelo governo chinês.
Devido à escassez de dólares americanos, o uso do yuan nas transações no mercado de câmbio argentino tem registrado um aumento significativo. A moeda chinesa chegou a representar quase um terço das transações diárias nesse mercado. A inflação argentina tem superado 100% ao ano, e o valor do dólar em pesos argentinos tem atingido patamares elevados, mesmo com uma taxa básica de juros superior a 90%. No mercado informal, conhecido como “dólar blue”, a cotação chegou a 494 pesos na sexta-feira (30/6).